segunda-feira, 5 de maio de 2014

Guia de Vinhos do Algarve



O Algarve tem mais produtores, mais vinhos e um novo guia que reúne toda a oferta vínica para facilitar a pesquisa a quem aprecia uns bons néctares. Façam o download da publicação e deliciem-se.

O Algarve, fruto das suas excepcionais condições climáticas, do seu solo e da sua exposição virada a sul, reúne o que na terminologia vínica se chama de terroir excelente para a cultura da vinha. Por isso, os Tartessos terão sido o primeiro povo a produzir vinho na região, cerca de 2000 anos a.C. Depois destes outros se seguiram, desde os Fenícios aos Gregos e dos Celtas aos Romanos, que ao cristianizarem a Península introduziram o vinho na liturgia da comunhão por ser um produto considerado, pela igreja, como puro e não corrompido.


A importância do vinho é mais uma vez reconhecida ao ser referenciado no foral de Tavira (1266), por D. Afonso III, e no de Porches (1286), por D. Dinis. Porém, o cultivo das vinhas nas areias do litoral dificilmente poderia garantir os rendimentos do turismo, pelo que nos meados do século XX os campos foram abandonados e a produção de vinho não tardou a cair em flecha. O progresso do sector vitivinícola no Algarve tem sido, no entanto, interessante de observar nos últimos anos. E o futuro afigura-se bastante promissor.
Em 1996, quando a DRAPALG propôs a nomeação do presidente da CVVR e se empenhou na aprovação de um projecto “PROAGRI”, fê-lo com o intuito de relançar a actividade. A CVVR e os técnicos então contratados aperceberam-se de que as castas tradicionais privilegiavam a quantidade em detrimento da qualidade, pelo que iniciaram o reconhecimento da introdução de novas castas com elevado interesse para a região. A magia do vinho algarvio renasceu.
O turismo, que é um factor essencial na estratégia económica regional, faz-se também de contributos como este. E o vinho – que nunca teve lugar cativo nos cartazes turísticos do Algarve – necessitava desta aproximação.
Por isso, a edição do guia ora levada a cabo pela DRAPALG e pela ERTA, com a cooperação dos vitivinicultores e a prestimosa colaboração do escanção-mor Hermínio Rebelo, é para nós de primordial importância, na medida em que a simbiose turismo/agricultura contribui para a manutenção do mosaico paisagístico e para a valorização de actividades e de produtos regionais que ainda marcam o nosso presente, preservando o passado e projectando a nossa identidade para o futuro.
Com esta iniciativa, as entidades oficiais nada mais fazem do que a sua obrigação, disponibilizando aos empresários condições para a sua afirmação. Resta a estes últimos não desperdiçarem as oportunidades e, de modo próprio, trilharem também outros caminhos essenciais à afirmação da Rota dos Vinhos do Algarve.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...