segunda-feira, 2 de junho de 2014

Vinho: uma riqueza da Companhia das Lezírias



A Companhia das Lezírias é a maior herdade do país com mais de 18 mil hectares. Tem quase 180 anos pois foi constituída em 1836, na sequência da implantação do Liberalismo em Portugal, pela rainha D. Maria II, com propriedades até aí pertencentes à Igreja, à Coroa ou às Infantas. Foi então vendida em hasta pública a particulares por dois contos de réis. Em 1975 foi nacionalizada, atravessou crises profundas, levantou a cabeça e volta agora a mostrar uma pujança digna de aplauso... e lucros na sua exploração. 

António Saraiva, presidente da Companhia das Lezírias contou-nos que a empresa, que tinha como principal actividade económica a cultura do arroz, tem cada vez mais o vinho como uma importante fonte de receitas, tendo o ano passado já atingido os valores do arroz, seguida pelos produtos florestais, pelo bovinos e carne e pelo milho. As receitas em 2013 ascenderam a 4,8 milhões de euros, mais 0,8 milhões do que em 2012, com o vinho a apresentar um crescimento de 34% e um volume de vendas superior a um milhão de euros. 


Bernardo Cabral, enólogo da casa, explicou que as referências foram reformuladas, passando apenas a existir 3 níveis (antes havia 16 referências). 

Os novos Tyto Alba (nome científico da coruja das torres), é uma homenagem a esse simpático pássaro que ajuda a manter a propriedade livre de ratos e outras pragas roedoras.


01. tyto Alba Branco 2013 – 5,20€ Fernão Pires fermentado em madeira com um toque de verdelho. Aroma frutado (fruta branca (melão), com notas de frutos secos e da tosta da barrica. Na boca é volumoso, bem maduro, surgindo notas de alperce. Boa acidez. Álcool 13%. Foram feitas 6600 garrafas.

02. tyto Alba tinto 2011 – 6,20€ Um lote de touriga nacional, touriga franca e alicante bouschet que nos dá um leve perfume a violeta da touriga nacional, um leve mentolado do alicante e a boa estrutura da touriga franca. Vinho que alia a estrutura a uma boa elegância. Cheio na boca, boa acidez e bom equilíbrio da madeira. Estagiou em barricas usadas de carvalho francês e americano. Boa relação qualidade preço.

03. colheita tardia 2008 – 10€ Uvas da casta síria atacadas de podridão nobre (botritis cinerea) vindimadas em final de Outubro. Fermentação em depósitos de inox e envelhecimento de 6 meses em barricas novas de carvalho francês.
Boa complexidade aromática com notas de mel, casca de laranja e figos. Tem um bom volume de boca  e uma doçura muito equilibrada. Muito fresco, tem um final longo. Para acompanhar fois-gras, queijos salgados, ou porque sim. 

Por António Mendes Nunes

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