quarta-feira, 16 de abril de 2014

Vinho de Carcavelos inicia internacionalização no Reino Unido

Vinho de Carcavelos inicia internacionalização no Reino Unido

O Reino Unido marca o início da internacionalização do vinho generoso de Carcavelos, produzido pela Câmara Municipal de Oeiras, que participou hoje numa prova de vinhos portugueses em Londres. 


O início da popularidade remonta ao século XIX, quando o Duque de Wellington, que comandou as tropas anglo-portuguesas contra as invasões napoleónicas, levou de Portugal o gosto pelo vinho da região de Lisboa.

De acordo com registos históricos, o vinho de Carcavelos chegou mesmo a ser o mais exportado para Inglaterra, superando o vinho do Porto.

"Ainda é possível encontrar nas lojas de antiguidades gargantilhas de prata para garrafa com Carcavellos escrito com dois eles", revelou aquele responsável.

A autarquia quer aproveitar esta ligação para começar a exportar parte da produção, que ascende atualmente aos 50 mil litros anuais, embora a quantidade em comercialização esteja reduzida a apenas dez por cento devido ao processo de envelhecimento.

Desde 2001, a Câmara Municipal de Oeiras já investiu 2,5 milhões de euros na reabilitação da propriedade que antes pertenceu ao Marquês de Pombal, antigo Conde de Oeiras, e onde funcionava a antiga Estação Agronómica Nacional (EAN), entretanto integrada no Instituto Nacional de Recursos Biológicos.

Atualmente gere 12,5 hectares de vinha, metade do total dedicado à produção do vinho de Carcavelos, "um caso único entre municípios europeus", garantiu a vereadora para os Espaços Verdes, Madalena Castro.

"Precisamos de recuperar algum retorno do investimento, mas o objetivo não é ganhar dinheiro, é recuperar o património e promover a região", enfatizou.

Ainda assim, mantém o objetivo de atingir o equilíbrio entre despesas e receitas, em 2020.
Num ateliê sobre alguns dos vinhos em prova hoje, a crítica britânica Sarah Ahmed salientou a "elegância" e as características "únicas" do vinho de Carcavelos, que atribuiu à localização próxima do oceano Atlântico.

Embora ainda se tenha apresentado neste evento com garrafas rotuladas com a denominação de "Conde de Oeiras", a autarquia confirmou estar em marcha a alteração do nome para "Villa Oeiras" devido a uma decisão judicial.

O tribunal da Relação de Lisboa contrariou em fevereiro uma sentença anterior do Tribunal da Propriedade Intelectual e deu provimento a uma queixa de Sebastião Lorena, herdeiro do título de Conde de Oeiras, que reivindicou os direitos sobre o nome.

A exportação do Villa Oeiras para o Reino Unido surgiu da iniciativa do importador D&F. A Câmara Municipal de Oeiras afirma ter recebido também manifestações de interesse de distribuidores no Brasil e Estados Unidos da América.


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